Dissonância eleitoral e a hegemonia do "Não Voto" no cenário para o Senado em Teresina.

Levantamento do Instituto Divulga aponta que a soma de votos brancos, nulos e indecisos (43,7%) supera qualquer capital político individual, evidenciando uma crise de representatividade ou desinteresse latente no pleito de 2026.

Por Redação / Análise de Dados

A mais recente pesquisa de intenção de votos realizada pelo Instituto Divulga, com campo entre 09 e 11 de dezembro de 2025, oferece um diagnóstico estatístico profundo sobre o comportamento do eleitorado de Teresina. Mais do que um ranking de candidatos, os dados revelam um fenômeno de alienação eleitoral significativa na disputa para o Senado Federal.

No cenário estimulado, observou-se uma fragmentação das preferências nominais e uma consolidação da rejeição sistêmica, representada pelo alto índice de votos brancos e nulos.

1. O Fenômeno do Desencanto Institucional

O dado de maior relevância sociológica da pesquisa é a predominância da opção "Nenhum/Branco/Nulo", que atingiu a marca de 37,2%.

Estatisticamente, este bloco representa a maior força política da capital no momento. Este indicador sugere que mais de um terço do eleitorado ativo não identifica, entre os nomes apresentados, uma opção que espelhe suas demandas ou expectativas. Em ciência política, tal cenário é frequentemente interpretado como um sintoma de crise de representatividade ou fadiga em relação aos atores políticos tradicionais.

Quando somamos este contingente aos 6,5% de eleitores que não souberam ou não opinaram (indecisos), temos um "Cenário de Não Voto" que abrange 43,7% da amostra. Ou seja, quase metade da população de Teresina está, hoje, fora da disputa nominal.

2. A Disputa Nominal: Recall e Consolidação

Entre a parcela do eleitorado que manifestou preferência por um candidato (votos válidos projetados), observa-se a seguinte dinâmica:

  • Liderança Numérica: O senador Ciro Nogueira lidera o cenário estimulado com 22,4% das intenções de voto. Sua performance indica a manutenção de um recall (memória eleitoral) significativo, posicionando-o como o principal player da oposição ou situação, dependendo da configuração das alianças.

  • O Segundo Pelotão: O senador Marcelo Castro aparece com 16,7%, seguido pelo deputado Júlio César com 13,1%. Considerando a margem de erro de 3,45 p.p., Castro e César encontram-se em uma zona limítrofe, tecnicamente próximos, disputando o mesmo espectro de eleitores.

  • Baixa Densidade: O candidato Tiago Junqueira registra 4,1%, situando-se em um patamar de menor densidade eleitoral neste momento da pré-campanha.

3. Inferências Estatísticas

A distância entre o líder nominal (Ciro Nogueira) e o primeiro colocado do bloco de rejeição (Nenhum/Branco/Nulo) é de 14,8 pontos percentuais a favor da rejeição. Isso demonstra que nenhum candidato, isoladamente, conseguiu ainda furar a "bolha" do desinteresse popular.

Para os estrategistas de campanha, o desafio primordial não é apenas tirar votos dos adversários, mas sim converter a imensa massa de 37,2% de eleitores céticos em votos válidos.

https://www.institutodivulga.com/s/SENADOR-TERESINA.pdf

Anterior
Anterior

Pesquisa detalha estratificação da avaliação do Governo do Estado em Teresina

Próximo
Próximo

Mais de 60% da população não va gestão comparado ao início do mandato